terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

TRIBUTO A "UMA CIGANA

*Cigana não chora, transforma lágrimas em poesias
e a tristeza se converte em harmoniosas melodias.
Cigana seca as lágrimas dançando ao redor
de uma grande fogueira, simulando enorme labareda,
requebrando como odalisca faceira.
Acalanto de cigana é pandeiro, estende as mãos à liberdade.
Cigana canta, dança e toca libertando do peito a saudade.
Lágrima de cigana é oração, súplicas em notas musicais,
mistério jamais revelado retido nas pálpebras angelicais.
Cigana não chora, retém pranto no altivo olhar.
Imponente ergue os braços a bailar qual feiticeira nas noites de luar*


Olhando o horizonte...
Este mar imenso....
Vejo-me a sonhar...
As ondas vêm...
Diferente formas e tamanhos...
Elas parecem falar..
Vêm com força...
Vão avançando, amansando...
Acabam por acariciar...
Meu olhar se perde...
Ao longe vejo....
Um barco a navegar...
Vem chegando....
Trazendo esperança...
Voltando ao porto seguro...
E uma sensação invade o peito...
Transborda barreiras...
Quando vejo as gaivotas a voar...
E penso...
E imagino...
Ter um horizonte sempre claro na minha vida..
Ter a força e a coragem das ondas...
Ter um mar de possibilidades de saber...
Ter o prazer de navegar em todos os mares do viver..
Ter sempre a esperança como leme...
Ter a liberdade de voar sempre no meu querer...
Obrigada por sua amizade grandes amigas,
Besos

1- FELICIDADE - um campo aberto, um luar, um violão, uma fogueira, o canto do sabiá e a magia de uma cigana.
2- ORGULHO - é saber que nunca participamos de guerras e nunca armamos para matar nossos semelhantes. Somos os menestréis da paz.
3- AMOR - amar é vivermos em comunidade, é repartir o pão, nossas alegrias e até nossas aflições.
4- LEALDADE - é não abandonar nossos irmãos quando precisam. É nunca negar o ombro amigo, a mão forte e o incentivo à vida.
5- RIQUEZA - é termos o suficiente para seguirmos pela estrada da vida.
6- NOBREZA - é fazermos da humilhação um incentivo ao perdão.
7- HUMILDADE - é não importar-se em ser súdito ou nobre, importar-se apenas em saber servir.
Besos de Fuego Dourados.. Optchá

♥*Maktub♥ Stava *♣ Scritto*♣

♥!.Somente por amor
A gente põe a mão
No fogo da paixão
E deixa se queimar
Somente por amor...
Movemos terra e céus
Rasgando o sete véus
Saltamos no abismo
Sem olhar prá trás
Somente por amor
A vida se refaz e a
morte não é mais
Prá nós!.....




TRIBUTO A "UMA CIGANA

*Cigana não chora, transforma lágrimas em poesias
e a tristeza se converte em harmoniosas melodias.
Cigana seca as lágrimas dançando ao redor
de uma grande fogueira, simulando enorme labareda,
requebrando como odalisca faceira.
Acalanto de cigana é pandeiro, estende as mãos à liberdade.
Cigana canta, dança e toca libertando do peito a saudade.
Lágrima de cigana é oração, súplicas em notas m...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008


Veja como deixar sua casa 'Beleza Pura'

Esta semana estreou a nova novela na Rede Globo, Beleza Pura. Lembro que a primeira vez que ouvi essa gíria foi com D. Abigair, minha sogra. Toda vez que perguntam a ela como está a vida, ela responde: "beleza pura!". Ou seja, está tudo bem.
E "beleza pura" é o que sempre queremos na nossa vida familiar, pessoal e profissional. Se hoje fossemos encontrar um significado para explicar o feng shui - técnica de harmonização de energia de ambientes -, com certeza iríamos dizer: beleza pura.
Exagero? Não para a atriz Carolina Ferraz. Em entrevista, na qual pediram para ela explicar o significado de "beleza pura", sua resposta foi: "De bem com a vida, Carolina brincou com o tema da novela. "O que é Beleza Pura para mim? É uma casinha no campo, uma relva bem verde, uns cavalinhos, você numa rede só com amiguinho em volta, gente do bem. E um cheiro muito gostoso saindo da cozinha", diverte-se.
Em resumo, "beleza pura" nada mais é que viver num mundo grandioso e glorioso. Mas, ao mesmo tempo, na simplicidade. É estar de bem com a vida. Ter os sentimentos em equilíbrio. Estar com alguém, podendo ser um amigo ou seu amor e parceiro. Simples, não é mesmo?
Para o feng shui, "beleza pura" é viver numa casa harmoniosa, bonita e alegre. A alegria vem do estado de espírito das pessoas. O bonito está nos olhos de quem vê. Não só os olhos físicos, mas também os olhos da alma.
A harmonia de uma casa só existe onde as pessoas se sentem bem e felizes. Para se sentir bem em casa, é preciso também estar de bem com ela. É sentir que a energia flui pelos ambientes com ternura, amor e calma. É sentir que toda a casa tem que ser aconchegante, segura, próspera e viva.
Uma "casa beleza pura" é uma casa em que todos estão de bem com a vida. Mas, como se consegue chegar numa casa com tal energia? Não seria utopia uma casa tão perfeita?
Depende para qual casa estamos olhando. Se for para sua casa física, dificilmente ela será perfeita. Agora, se olharmos para nossa casa interior, nossa alma, esta sim é perfeita. Esta sim é "beleza pura".Precisamos entender que é de nossa casa interior que nasce a energia que colocamos na nossa casa física. Nosso lar é reflexo de nossa alma.
Depois de tantos anos trabalhando com feng shui, cada vez mais afirmo que é preciso harmonizar as duas casas: a física, ou exterior, e a interior (o nosso eu). Uma é reflexo da outra.
Por isso, é muito importante que as pessoas pratiquem o feng shui em sua casa física. Já foi dito que temos que orar e vigiar. Os espíritas chamam de reforma íntima, eu concordo.
Pensem no que escrevi acima. Esta matéria complementa o artigo da semana passada, sobre a relação dos nossos fracassos com as casas.
Fale Conosco: Ficou com alguma dúvida sobre Feng Shui? Quer entrar em contato para saber sobre o Curso Purificação de Ambientes e Prosperidade? Quer saber sobre consultoria de Feng Shui para residência ou empresa? Ou ainda sobre a Palestra Motivacional? Escreva para o meu email: franco.guizzetti@terra.com.br

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Saiba o que fazer se deseja engravidar
A terminação "el" do nome Gabriel significa "Deus", em hebraico. Gabriel vem de Gibor, que significa herói. Dessa palavra deriva gebher, que significa humanidade. Portanto, Gabriel expressa a idéia de "herói da humanidade" ou "humanidade de Deus".

Daniel, o profeta, foi o primeiro a mencioná-lo (9,21), referindo-se à anunciação do Messias. De acordo com a tradição judaica, Gabriel sempre fica ao norte do templo ou de uma casa.

Ao anjo Gabriel se pede intervenção e auxílio para as mulheres que desejam ter filhos. Faça a oração durante nove dias, no horário mais conveniente. Se desejar, acenda uma vela branca.

A oração só é bem-feita quando praticada com fé. Não duvide do seu poder nem por um minuto. Muitas pessoas perdem o contato com Deus ao desistirem de rezar. A expectativa do resultado da sua oração deriva da sua fé, que neste sentido pode ser colocada à prova, esperando pela graça que será alcançada.

O anjo Gabriel protege: as mulheres que desejam engravidar. Também protege os que desejam obter resposta rápida aos seus pedidos.

Emblema: lírio

Oração ao anjo Gabriel
Anjo Gabriel,
Fazei com que todos os sentidos e órgãos do meu organismo,
Sejam sempre um espelho da lei Universal de Deus.
Intercedei junto à Pátria Celeste
Que meu pedido para engravidar e ter uma gestação tranqüila,
Dirija-se ao plano astral.

Da mesma forma que fizeste a anunciação para Nossa Senhora,
Concedei-me a graça da notícia da gravidez.

Anjo Gabriel, eu vos saúdo.
Fazei com que meu corpo e espírito
Acumulem a luz de vossa sabedoria.
Fazei com que meu ventre fique protegido
Em toda a gestação.

Anjo Gabriel,
Fazei com que vossas forças
Dissolvam os miasmas negativos do meu corpo
Transformando-os em luzes cristalinas.

Transmutai toda mágoa ou medo, em amor elevado,
Fazei de mim um intérprete das vossas intenções.
Salve, ó amado anjo Gabriel.
Amém.

sábado, 9 de fevereiro de 2008


OS ENCANTOS E A DOÇURA DE

IEMANJÁ



OS ENCANTOS E A DOÇURA DE


IEMANJÁ


O Brasil é orgulhoso do grande império de suas águas. Principalmente o mar, de todas as cores, matizes e luzes é o Grande Senhor da nossa costa, que penetrando por todos os lados desse imenso país, abraça nossa terra, em enseadas, golfos e baías.

Mas apesar de sua beleza, no mar há uma força maior, uma força que impera, que reina a Senhora absoluta de todas as águas, de tudo que vive na água e possa viver. Há sim, uma força que ordena e não pede, que manda e que decide sobre o vida dos pescadores, de todos que se aventurarem a entrar em seu território e de todos aqueles que têm vistas para alcançar o verde de seu mar.

Em cada canto desses mares, nas ondas dos surfistas, nas praias, nas cabanas dos pescadores, nos altos desses montes, Ela será sempre a Grande Senhora. Ninguém pode se atrever a dizer que não é vassalo servil do grande reino de Iemanjá. Porque de fato, Iemanjá é a Rainha das águas. A tranqüilidade na superfície do mar, ou a tempestade rugindo, as ondas quebrando-se sobre as embarcações ou sobre as praias, tudo é conduzido pela sua mão suprema.

Nada se altera, nada se faz ou se transforma, sem que seja sua vontade. Iemanjá de tantos poderes, de tantos nomes e tantos filhos, sempre foi exaltada por negros e brancos e seu culto se verifica de norte a sul no Brasil.


MITOLOGIA

LENDA (Arthur Ramos)


Com o casamento de Obatalá, o Céu, com Odudua, a Terra, que se iniciam as peripécias dos deuses africanos. Dessa união nasceram Aganju, a Terra, e Iemanjá (yeye ma ajá = mãe cujos filhos são peixes), a Água. Como em outras antigas mitologias, a terra e a água se unem. Iemanjá desposa o seu irmão Aganju e tem um filho, Orungã.

Orungã, o Édipo africano, representante de um motivo universal, apaixona-se por sua mãe, que procura fugir de seus ímpetos arrebatados. Mas Orungã não pode renunciar àquela paixão insopitável. Aproveita-se, certo dia, da ausência de Aganju, o pai, e decide-se a violentar Iemanjá. Essa foge e põe-se a correr, perseguida por Orungã. Ia esse quase alcançá-la quando Iemanjá cai no chão, de costas e morre. Imediatamente seu corpo começa a dilatar-se. Dos enormes seios brotaram duas correntes de água que se reúnem mais adiante até formar um grande lago. E do ventre desmesurado, que se rompe, nascem os seguintes deuses: Dadá, deus dos vegetais; Xango, deus do trovão; Ogum, deus do ferro e da guerra; Olokum, deus do mar; Oloxá, deusa dos lagos; Oiá, deusa do rio Niger; Oxum, deusa do rio Oxum; Obá, deusa do rio Obá; Orixá Okô, deusa da agricultura; Oxóssi, deus dos caçadores; Oké, deus dos montes; Ajê Xaluga, deus da riqueza; Xapanã (Shankpannã), deus da varíola; Orum, o Sol; Oxu, a Lua.

Os orixás que sobreviveram no Brasil foram: Obatalá (Oxalá), Iemanjá (por extensão, outras deusas-mães) e Xango (por extensão, os outros orixás fálicos).

Com Iemanjá, vieram mais dois orixás yorubanos, Oxum e Anamburucu (Nanamburucu). Em nosso país houve uma forte confluência mítica: com as Deusas-Mães, sereias do paganismo supérstite europeu, as Nossas Senhoras católicas, as iaras ameríndias.

A Lenda tem um simbolismo muito significativo, contando-nos que da reunião de Obatalá e Odudua (fundaram o Aiê, o "mundo em forma"), surgiu uma poderosa energia, ligada desde o princípio ao elemento líquido. Esse Poder ficou conhecido pelo nome de Iemanjá.

Durante os milhões de anos que se seguiram, antigas e novas divindades foram unindo-se à famosa Orixá das águas, como foi o caso de Omolu, que era filho de Nanã, mas foi criado por Iemanjá.

Antes disso, Iemanjá dedicava-se à criação de peixes e ornamentos aquáticos, vivendo em um rio que levava seu nome e banhava as terras da nação de Egbá.

Quando convocada pelos soberanos, Iemanjá foi até o rio Ogun e de lá partiu para o centro de Aiê para receber seu emblema de autoridade: o abebé (leque prateado em forma de peixe com o cabo a partir da cauda), uma insígnia real que lhe conferiu amplo poder de atuar sobre todos os rios, mares, e oceanos e também dos leitos onde as massas de águas se assentam e se acomodam.


Obatalá e Odudua, seus pais, estavam presentes no cerimonial e orgulhosos pela força e vigor da filha, ofereceram para a nova Majestade das Águas, uma jóia de significativo valor: a Lua, um corpo celeste de existência solitária que buscava companhia. Agradecida aos pais, Iemanjá nunca mais retirou de seu dedo mínimo o mágico e resplandecente adorno de quatro faces. A Lua, por sua vez, adorou a companhia real, mas continuou seu caminho, ora crescente, ora minguante..., mas sempre cheia de amor para ofertar.

A bondosa mãe Iemanjá, adorava dar presentes e ofereceu para Oiá o rio Níger com sua embocadura de nove vertentes; para Oxum, dona das minas de ouro, deu o rio Oxum; para Ogum o direito de fazer encantamentos em todas as praias, rios e lagos, apelidando-o de Ogum-Beira-mar, Ogum-Sete-ondas entre outros.

Muitos foram os lagos e rios presenteados pela mãe Iemanjá a seus filhos, mas quanto mais ofertava, mais recebia de volta. Aqui se subtrai o ensinamento de que "é dando que se recebe".



IEMANJÁ ABRASILEIRADA


Iemanjá,

a Rainha do Mar e Mãe de quase todos os Orixás, é uma Deusa abrasileirada, sendo resultado da miscigenação de elementos europeus, ameríndios e africanos.

É um mito de poder aglutinador, reforçado pelos cultos de que é objeto no candomblé, principalmente na Bahia. É também considerada a Rainha das Bruxas e de tudo que vem do mar, assim como é protetora dos pescadores e marinheiros. Governa os poderes de regeneração e pode ser comparada à Deusa Ísis.

Os grandes seios ostentados por Iemanjá, deve-se à sua origem pela linha africana, aliás, ela já chegou ao Brasil como resultado da fusão de Kianda angolense (Deusa do Mar) e Iemanjá (Deusa dos Rios). Os cabelos longos e lisos prendem-se à sua linhagem ameríndia e é em homenagem à Iara dos tupis.



De acordo com cada região que a cultua recebe diversos nomes: Sereia do Mar, Princesa do Mar, Rainha do Mar, Inaê, Mucunã, Janaína. Sua identificação na liturgia católica é: Nossa Senhora de Candeias, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Piedade e Virgem Maria.

Do mesmo modo que varia seu nome, variam também suas formas de culto. A sua festa na Bahia, por exemplo é realizada no dia 2 de fevereiro, dia de Nossa Senhora das Candeias. Mas já no Rio de Janeiro é dia 31 de dezembro que se realiza suas festividades. As oferendas também diferem, mais a maioria delas consiste em pequenos presentes tais como: pentes, velas, sabonetes, espelhos, flores, etc. Na celebração do Solstício de Verão, seus filhos devotos vão às praias vestidos de branco e entregam ao mar barcos carregados de flores e presentes. Às vezes ela aceita as oferendas, mas algumas vezes manda-as de volta. Ela leva consigo para o fundo do mar todos os nossos problemas, aflições e nos trás sobre as ondas a esperança de um futuro melhor.



COMO É IEMANJÁ?



Iemanjá apresenta-se logo com um tipo inconfundível de beleza. No seu reinado, o fascínio de sua beleza é tão grande como o seu poder. Ora é de um encanto infinito, de longos cabelos negros, de faces delicadas, olhos, nariz e boca jamais vistos, toda ela graça e beleza de mulher.



Outras vezes, Iemanjá continua bela, mas pode apresentar-se como a Iara, metade mulher, metade peixe, as sereias dos candomblés do caboclo. Como um orixá marítimo, ela é a mais prestigiosa entidade feminina dos candomblés da Bahia, recebe rituais de oferendas e grandes festas lhe são dedicadas, indo embarcações até o alto-mar para lhe atirar mimos e presentes. Protetoras das viagens e dos marinheiros, obteve o processo sincrético, passando a ser a Afrodite brasileira, padroeira dos amores, dispondo sobre uniões, casamentos e soluções amorosas. Quem vive no mar ou depende de amores é devoto de Iemanjá. Convergem para ela orações e súplicas no estilo e ritmos católicos.

Mas o que importa seus nomes, suas formas e aparência, se nada modifica a força de seu império, senão altera a grandeza do seu reinado?

Queixas são contadas a Iemanjá, esperanças dela provêm, planos e projetos de amor, de negócios, de vingança, podem ser executados caso ela venha a dar seu assentimento.


Grande foi o número de ondas que se quebrou na praia, mas maior ainda, foi o caminho percorrido pelo mito da divindade das águas. Das Sereias do Mediterrâneo, que tentaram seduzir Ulisses, às Mouras portuguesas, à Mãe D'água dos iorubanos, ao nosso primitivo Igpupiara, às Iaras, ao Boto, até Iemanjá. E, neste longo caminhar, a própria personalidade desta Deusa, ligada anteriormente à morte, apresenta-se agora como protetora dos pescadores e garantidora de boa pesca, sempre evoluindo para transformar-se na deusa propiciadora de bom Ano Novo para os brasileiros e para todos que nesta terra de Sol e Mar habitam.


DEUSA LUNAR DA MUDANÇA

A Deusa Iemanjá rege a mudança rítmica de toda a vida por estar ligada diretamente ao elemento água. É Iemanjá que preside todos os rituais do nascimento e à volta as origens, que é a morte. Está ainda ligada ao movimento que caracteriza as mudanças, à expansão e o desenvolvimento.

É ela, como a Deusa Ártemis o arquétipo responsável pela identificação que as mulheres experimentam de si mesmas e que as definem individualmente.

Iemanjá quando dança, corta o ar com uma espada na mão. Esse corte é um ato psíquico que conduz a individualização, pois Iemanjá separa o que deve ser separado, deixando somente o que é necessário para que se apresente a individualidade.

Sua espada, portanto, é um símbolo de poder cortante que permite a discriminação ordenativa, mas que também pode levar ao seu abraço de sereia, à regressão e à morte.


Em sua dança, Iemanjá coloca a mão na cabeça, um ato indicativo de sua individualidade e por isso, é chamada de"Yá Ori", ou "Mãe de Cabeça". Depois ela toca a nuca com a mão esquerda e a testa com a mão direita. A nuca é símbolo do passado dos homens, ao inconsciente de onde todos nós viemos. Já a testa, está ligada ao futuro, ao consciente e a individualidade.

A dança de Iemanjá pode ser percebida como uma representação mítica da origem da humanidade, do seu passado, do seu futuro e sua individualização consciente. É essa união antagônica que nos dá o direito de vivermos o "aqui" e o "agora", pois sem "passado", não temos o "presente" e sem a continuidade do presente, não teremos "futuro". Sugere ainda, que a totalidade está na união dos opostos do consciente com o inconsciente e dos aspectos masculinos com os femininos.

Como Deusa Lunar, Iemanjá tem como principal característica a "mudança". Ela nos ensina, que para toda a mulher, o caráter cíclico da vida é a coisa mais natural, embora seja incompreendido pelo sexo masculino.


A natureza da mulher é impessoal e inerente a ela como um ser feminino e altera-se com os ciclos da lua: fase crescente, cheia, meia-fase até a lua obscura. Essas mudanças não só se refletem nas marés, mas também no ciclo mensal das mulheres, produzindo um ritmo complexo e difícil de entender. A vida física e psíquica de toda a mulher é afetada pela revolução da lua e a compreensão desse fenômeno nos propicia o conhecimento de nossa real natureza instintiva. Em poder desse conhecimento, podemos domesticar com o esforço consciente as inclinações cíclicas que operam-se a nível inconsciente e nos tornarmos não tão dependentes desses aspectos escondidos de nossa natureza semelhante aos da lua.


ARQUÉTIPO DA MATERNIDADE

Iemanjá é por excelência, arquétipo da maternidade. Casada com Oxalá, gerou quase todos os outros orixás. É tão generosa quanto as águas que representa e cobrem uma boa parte do planeta.

Iemanjá é o útero de toda a vida, elevada à posição principal da figura materna no panteão de iorubá (Ymoja). Seu sincretismo com a Nossa Senhora e a Virgem Maria lhe conferem a supremacia hierárquica na função materna que representa. É a Deusa da compaixão, do perdão e do amor incondicional. Ela é "toda ouvidos" para escutar seus filhos e os acalenta no doce balanço de suas ondas. Ela representa as profundezas do inconsciente, o movimento rítmico, tudo que é cíclico e repetitivo. A força e a determinação são suas características básicas, assim como o seu gratuito sentimento de amizade.



Como Deusa da fecundidade, da procriação, da fertilidade e do amor, Iemanjá é normalmente representada como uma mulher gorda, baixa, com proeminentes seios e grande ventre. Pode, também como já falamos, aparecer na forma de uma sereia. Mas, não importando suas características, ela sempre se apresentará vinculada ao simbolismo da maternidade.

Iemanjá surge nas espumas das ondas do mar para nos dizer que é tempo de "entrega". Você está carregando em seus ombros um fardo mais pesado do que possa carregar? Acha que deve realizar tudo sozinha(o) e não precisa de ninguém? Você é daquelas pessoas que "esmurra ponta de prego" e quer conseguir seu intento nem que tenha que usar à força? Pois saiba que a entrega não significa derrota. Pedir ajuda também não é humilhação, a vida tem mais significado quando compartilhamos nossos momentos com mais alguém. Geralmente esta entrega ocorre em nossas vidas forçosamente. Se dá naqueles momentos em que nos encontramos no "fundo do poço", sem mais alternativas de saída, então nos viramos e entregamos "à Deus" a solução. E, é exatamente nesta hora que encontramos respostas, que de maneira geral, eram mais simples do que imaginávamos. A totalidade é alimentada quando você compreende que o único modo de passar por algumas situações é entrega-se e abrir-se para algo maior.

Quando abrimos uma brecha em nosso coração e deixamos que a Deusa atue em nós, alcançamos o que almejamos. Entrega é confiança, mas tente pelo menos uma vez entregar-se, pois lhe asseguro que a confiança virá e será tão cega e profunda quando a sua desconfiança de agora. O seu desconhecimento destes valores, escondem a presença de quem pode lhe ajudar e provocam sentimentos de ausência e distância. Não somos deuses, mas não devemos nos permitir viver à sombra deles.


RITUAL DE ENTREGA (só mulheres)

Você deve fazer este ritual numa praia, em água corrente e até visualizando um destes ambientes. Primeiro mentalmente viaje até seu útero, no momento do encontro se concentre. Respire profundamente e leve novamente sua consciência para o útero. Agora respire pela vulva. Quando se achar pronta, com o mar a sua frente, entre nele. Sinta a água acariciando seus pés, ouça o barulho das ondas no seu eterno vai-e-vem. Chame então a Iemanjá para que venha encontrá-la. Escolha um lugar onde você puder boiar tranqüilamente e com segurança. Sinta as mãos da Iemanjá acercando-se de você. Abandone-se em seu abraço, ela é mãe muito amorosa e espetacular ouvinte. Renda-se aos seus carinhos e entregue-se sem medo de ser feliz. Você está precisando revigorar sua vida amorosa, procura um emprego ou um novo amor? Faça seus pedidos e também lhe fale de todas suas angústias e aflições. Deixe que Iemanjá alivie os fardos que carrega. Ela carregará consigo para o fundo do mar todos os seus problemas e lhe trará sobre as ondas a certeza de dias melhores, portanto abandone-se à imensidão do mar e do seu amor.



Quando estiver pronta para voltar, agradeça a Iemanjá por estes doces momentos passados com ela. Então estará livre para voltar à praia, sentindo-se mais leve, viva e purificada.




OUTROS DADOS:

SAUDAÇÃO: Odô-fe-iaba! Odô-fe-iaba! Odô-fe-iaba!

MINERAL: Prata e platina.

DIMENSÃO ESOTÉRICA: Ocupa o primeiro raio juntamente com a orixá Nanã.

DIA DA SEMANA; Segunda-feira.

ERVAS PARA BANHO E DEFUMAÇÃO: Jasmim, araticum-da-praia, folha-da-costa, graviola, capeba, mãe-boa, musgo marinho encontrado nas pedras marinhas, alcaparra, entre outras.

PLANETA: Lua

COR DA GUIA: Contas brancas cristalinas ou azul claras.

BEBIDAS: Água de coco, mel, água salgada ou potável, champanha e suco de suas próprias ervas e frutos.

FLORES: Rosas e palmas brancas.

COMIDAS: Canjica branca, peixe fritos, arroz, arroz-doce com mel, acaçá, pudim, etc.

FRUTOS: Mamão, graviola, uvas brancas, melancia.




IANSÃ, A DEUSA DOS VENTOS

Senhora da Tarde, Dona dos Espíritos. Senhora dos Raios e das Tempestades. Oyá, mais conhecida no Brasil como Yansã, foi uma princesa real na cidade de Irá, na Nigéria em 1450a.C.. Sobrinha-neta do rei Elempe e neta de Torossi(mãe de Xangô), conquistou com valentia, coragem e dedicação seu caminho para o trono de Oyó. Conhecedora de todos os meandros da magia encantada, nunca se deixou abater por guerras, problemas e disputas.

Foi mulher de seu primo Xangô e ajudou-o a conquistar vários reinos anexados ao Império Yorubano. Porém, abandonou-o em defesa de sua cidade natal, disposta a enfrentá-lo.

Oyá é a menina dos olhos de Oxalá, seu protetor, e a única divindade que entra no Ibalé dos Eguns(mortos). Na Bahia é sincretizada com Santa Bárbara.

Divindade ctoniana, Iansã tem ligações com o mundo subterrâneo, onde habitam os mortos, sendo o único orixá capaz de enfrentar os eguns. Entre as dezessete individuações da multifária Iansã, uma delas é como Deusa dos Cemitérios.

Além do contato com os mortos, Iansã também favorece a fecundidade, atributo inerente aos deuses ctonianos. Deusa das tempestades, contribui para a fertilidade do solo. Divindade eólica, sopram os ventos que afastam as nuvens, para a passagem dos raios desferidos por Xangô. E é o raio que abre os reservatórios do céu, para fazer cair a chuva, relação comum em todas as mitologias.

Nossa amada mãe Iansã possui vinte e uma Iansãs intermediárias, que são assim distribuídas:

Sete atuam junto aos pólos magnéticos irradiantes e auxiliam os orixás regentes dos pólos positivos, onde entram como aplicadoras da Lei segundo os princípios da Justiça Divina, recorrendo aos aspectos positivos da Orixá planetária Iansã.

Sete atuam junto aos pólos magnéticos absorventes e auxiliam os orixás regentes dos pólos negativos, onde entram como aplicadoras da Lei segundo seus princípios, recorrendo aos aspectos negativos da orixá planetária Iansã.

Sete atuam nas faixas neutras das dimensões planetárias, onde, regidas pelos princípios da Lei, ou direcionam os seres para as faixas vibratórias positivas ou os direcionam para as faixas negativas.

Enfim, são vinte e uma orixás lansãs intermediárias aplicadoras da Lei nas Sete Linhas de Umbanda.

Como seus campos preferenciais de atuação são os religiosos, não é de se estranhar que nossa amada mãe Iansã intermediária para a linha da Fé nos campos do Tempo seja confundida com a própria OYá, já que é ela quem envia ao tempo os eguns fora-da-Lei no campo da religiosidade.



Iansã do Tempo, não tenham dúvidas, tem um vasto campo de ação e colhe os espíritos desvirtuados nas coisas da Fé, enviando-os ao Tempo onde serão esgotados. Mas, não tenham dúvidas, antes ela tenta reequilibrá-los e redirecioná-los, só optando por enviá-los a um campo onde o magnetismo os esvazia quando vê que um esgotamento total em todos os sete sentidos é necessário. E isto o Tempo faz muito bem!

Já Iansã Bale, do Bale, ou das Almas, é outra intermediária de nossa mãe maior lansã que é muito solicitada e muito conhecida, porque atua preferencialmente sobre os espíritos que desvirtuam os princípios da Lei que dão sustentação à vida e, como vida é geração e Omulu atua no pólo negativo da linha da Geração, então ela envia aos domínios de Tatá Omulu todos os espíritos que atentaram contra a vida de seus semelhantes ao desvirtuarem os princípios da Lei e da Justiça Divina.

Logo, seu campo escuro localiza-se nos domínios do orixá Omulu, que rege sobre o lado de "baixo" do campo santo.



Mas também são muito conhecidas as lansãs intermediárias Sete Pedreiras, dos Raios, do Mar, das Cachoeiras e dos Ventos (Iansã pura). As outras assumem os nomes dos elementos que lhes chegam através das irradiações inclinadas dos outros orixás, quando surgem as Iansãs irradiantes e multicoloridas. Temos:

1 Iansã do Ar.
1 Iansã Cristalina.
1 Iansã Mineral.
1 Iansã Vegetal.
1 Iansã Ígnea.
1 Iansã Telúrica.
1 Iansã Aquática.

AS FILHAS DE IANSÃ

Iansã é uma Deusa ligada à manifestação do feminino na fase crescente, trazendo em si a qualidade do movimento. Une passado com o futuro, o lado sombrio da Lua com o lado iluminado, que anuncia um novo começo. Iansã está ligada com o número 9, que é o movimento puro.

As filhas de Iansã são mulheres audaciosas, poderosas, autoritárias e dinâmicas. Estão sempre procurando algo para se ocupar, são cheias de iniciativa e determinação. São mulheres que nunca passam despercebidas, pois são combativas, teimosas e temperamentais, mas também podem ser doces e meigas, quando possuem interesse em seduzir algum homem.

A mulher-Iansã é o tipo de mulher que está mais voltada para o amor sensual do que para o amor maternal. Ama os filhos, mas consegue maior expressão quando se sente admirada e desejada por um homem, o que geralmente provoca o ciúme e a inveja das outras mulheres.

É também uma mulher que está ligada ao passado, ao coletivo, pela origem comum da necessidade fertilizadora do feminino e está ligada ao futuro pela necessidade de diferenciação, que a tirará do coletivo e a jogará sempre para frente, para o novo. É inconformada e inquieta, está voltada para o impulso de empreender coisas, de realizar seu poder criativo. A atualização dessa força criadora dependerá da forma como ela direcionar esta energia, que muitas vezes pode ser desviada para outros fins, ou ser esvaziada.

O perigo é permitir que as barreiras sociais a entravem, desviando a energia criativa para a neurose.E, a neurose é parada de movimento. Todo aquele que se recusa a viver o futuro, apegando-se ao passado, estagna.

A mulher que sente impulso para criar, para dar significado ao seu mundo, precisa ser fiel aos seus conteúdos internos, à Deusa dentro de si. O ato criativo é o processo de se arriscar, de se jogar no desconhecido, de mergulho nas fontes fertilizadoras, da viagem interna em busca da essência das coisas. O desejo de criar move o contato com o informe pela necessidade de dar forma, de arrancar da terra coisas vitais para alimentar a consciência

A LENDA

Ogum foi caçar na floresta, como fazia todos os dias. De repente, um búfalo veio em sua direção rápido como um relâmpago; notando algo de diferente no animal, Ogum tratou de segui-lo. O búfalo parou em cima de um formigueiro, baixou a cabeça e despiu sua pele, transformando-se numa linda mulher. Era Iansã, coberta por belos panos coloridos e braceletes de cobre.
Iansã fez da pele uma trouxa, colocou os chifres dentro e escondeu-a no formigueiro, partindo em direção ao mercado, sem perceber que Ogum tinha visto tudo. Assim que ela se foi, Ogum se apoderou da trouxa, guardando-a em seu celeiro. Depois foi a cidade, e passou a seguir a mulher ate que criou coragem e começou a cortejá-la. Mas como toda mulher bonita, ela recusou a corte.


Quando anoiteceu ela voltou à floresta e, para sua surpresa, não encontrou a trouxa. Tornou à cidade e encontrou Ogum, que lhe disse estar com ele o que procurava. Em troca de seu segredo ( pois ele sabia que ela não era uma mulher e sim animal ), Iansã foi obrigada a se casar com ele; apesar disso, conseguiu estabelecer certas regras de conduta, dentre as quais proibi-lo de comentar o assunto com qualquer pessoa.
Chegando em casa, Ogum explicou suas outras esposas que Iansã iria morar com ele e que em hipótese alguma deveriam insultá-la. Tudo corria bem; enquanto Ogum saía para trabalhar, Iansã passava o dia procurando sua trouxa.


Desse casamento nasceram nove crianças, o que despertou ciúmes das outras esposas, que eram estéreis. Uma delas, para vingar-se, conseguiu embriagar Ogum e ele acabou relatando o mistério que envolvia Iansã. Depois que Ogum dormiu as mulheres foram insulta-las, dizendo que ela era um animal e revelando que sua trouxa estava escondida no celeiro.

Iansã encontrou então sua pele e seus chifres. Assumiu a forma de búfalo e partiu para cima de todos, poupando apenas seus filhos. Decidiu voltar para a floresta, mas não permitiu que os filhos a acompanhassem, porque era um lugar perigoso. Deixou com eles seus chifres e orientou-os para, em caso de perigo bater as duas pontas; com esse sinal ela iria socorrê-los imediatamente. E por esse motivo que os chifres estão presentes nos assentamentos de Iansã.

Suas cores: vermelho, branco e coral

Saudação : Eparrei!

Seu dia : Quarta-feira

Comida predileta: acarajé, milho temperado com camarão e azeite de dendê.

Animais de sacrifício: o carneiro, o pato e a galinha.

Frutas: manga rosa, uvas, pêra, maçã morango, melão laranja, banana, figo, ameixas, romã, grosselha, pêssego, pitanga, framboesa e cajá.

Onde recebe oferendas: nas cachoeiras.

Plantas: sensitiva, espada de Iansã (borda amarela), bambu, periquitinho.

Bebida: champanha.

Elemento: fogo,

O que faz: dá coragem e impulsividade; protege contra desastres e acidentes.

Festa: 4 de dezembro, dia de Santa Bárbara, com quem está identificada.

Pedras: rubi, coral, granada.

Perfumes: verbena, drástico vermelho, violeta, madeira, Shoking de Skiaparelli.

CANTO

Oi, Iansã, menina dos cabelos loiros
Onde é a sua morada?
É na mina de ouro

Minha Santa Bárbara
Virgem da Coroa
Pelo amor de Deus, Santa Bárbara,
Não me deixe à toa
Minha Santa Bárbara
Virgem da Coroa
A Coroa é dela Xangô
É da pedra de ouro

Iansã tem um leque de penas
Pra abanar em dia de calor
Iansã tem um leque de penas
Pra abanar em dia de calor
Iansã mora nas pedreiras
Eu quero ver meu pai Xangô
Iansã mora nas pedreiras
Eu quero ver meu pai Xangô

Santa guerreira que ao meu lado caminha
Com sua espada de ouro e sua taça na mão
És para mim toda beleza, venero sua beleza
Guardo-a em meu coração, quando ela roda
Sua saia irradia, Deusa da Ventania
É a Rainha Trovão com meu Pai Xangô
Iansã fez a morada, ela roda ua saia
No romper da madrugada
Eparrei Ioiá
Saravá Iansã, ela é Rainha, é Orixá


:: DEUSAS DA CRIAÇÃO, FERTILIDADE E DO NASCIMENTO ::

Quando se fala de bem-estar e de fertilidade no Egito, fala-se também da reprodução, da procriação, dos homens e dos deuses. O nascimento é, aliás, um momento decisivo da existência humana. Várias são as divindades que presidiam à concepção, à gravidez, ao parto e à amamentação dos seres humanos, em particular se se tratava da criança real.

A seguir, apresento um conjunto de Deusas egípcias cuja função está diretamente relacionada com a fertilidade, a criação ou o nascimento, bem como os momentos de êxtase e de fertlidade da vida terrena, uma fase de passagem inevitável e marcante até à entrada do homem no eterno mundo do Além.

SHESMETET

Conhecida pelo exótico epíteto de "Senhora do Punt", numa clara alusão à região do incenso e das matérias preciosas do corno de África, Chesmetet, como Deusa leonina, é provavelmente uma manifestação da Deusa Sekhemet.

Segundo referência dos "Textos das Pirâmides", é ela que dá nascimento ao faraó reinante, assumindo assim, os caracteres de deidade relacionada com o nascimento. Em textos funerários é considerada a mãe do defunto, seja ele faraó ou um "osíris" justificado. Uma fórmula em seu nome, que devia ser recitada no último dia de cada ano, atestava também o seu poder como força mágica contra os seres sobrenaturais que provocam mortandades.

Os faraós Ptolomeu VIII Evergata II (170-163, 145-116 a.C.) e Ptolomeu IX Soter II (116-110, 109-107, 88-80 a.C.), construíram-lhe um santuário, um "Templo do Deserto" cavado na rocha, na entrada do Uadi Hellal, em El-Kab, ao norte de Edfu.

SATET

Denominada Satet ou Satjet, essa Deusa de Elefantina, Abu, "A Cidade do Elefante", a hedjet, flanqueada por dois grandes chifres liriformes (de vaca ou gazela), era esposa de Khnum e mãe de Anuket na tríade de Elefantina.

Como esposa de Khnum, Satet usurpou o lugar a Heket, a Deusa batracocéfala. No entanto, a sua incorporação na tríade elefantina e a sua relação com Khnum não é absolutamente clara. Daí que, muitas vezes, seja referida como filha de Khnum e de Anuket.

Por vezes, Satet é representada segurando um arco com flechas, o que lhe confere o título de "Aquela do arco" ou "Aquela que corre como uma flecha". Taís títulos e representações colocam-na em relação com os arqueiros núbios e parece fazer dela um Deusa originária dos países meridionais, da Núbia. Entretanto, esses epítetos podem também fazer alusão à fluidez da corrente do Nilo, que correria com a força e rapidez de uma flecha.

Os dois cornos de gazela de ladeiam a sua coroa distintiva, pode referirem-se a sua eventual origem sudanesa, região onde as gazelas abundam.

Por tudo isso, chega-se a conclusão que Satet era, uma Deusa local da caça, "Princesa do Alto Egito", que se tornou Deusa da Inundação. Aliás, o seu nome pode derivar de Seti, "tiro" (flecha de arco), como de seti, "puro" (água). Há uma representação que mostra a Deusa despejando/distribuindo as águas do Nilo sobre a terra, preparando os terrenos para a imprescindível prática da agricultura. Era ela "Aquela que dá a água fresca que vem de Elefantina".

A egipcianização da Deusa derivou da sua identificação com o Olho de Rá (Ré), a Deusa que se retirava furiosa para os territórios meridionais, onde os deuses egípcios da corte de Rá, enviados pelo seu soberano, a foram procurar. Em conseqüência, era chamada de "Filha de Rá".

Como Deusa das inundações benfazejas e da fertilidade, era também ela que, no Mundo Inferior, purificava com a sua água o faraó quando esse chegava ao Mundo dos Mortos.

Como arqueira, foi naturalmente associada com Neith, a Deusa de Sais que também tinha como insígnias as flechas e o arco, sendo a sua réplica do Sul. Talvez devido à sua similaridade fonética dos nomes Sate/Satis fundiu-se também com Sopdit (em grego Sotis), a "estrela-cão", Sirius, arauto do início das cheias nilóticas.

"Auqla da Ilha de Shel", Deusa da I catarata, era uma das divindades mais importantes do 1º sepat do Alto Egito.

No Império Novo, "A Senhora de Elefantina" chegou a ser chamada "Rainha dos Deuses". Maetkaré Hatchepsut (1496-1483 a.C.) ergue-lhe uma capela e dois obeliscos (consagrados às três figuras da tríade: Khnum, Anuket e Satet) e Menkheperré Tutmés III (1504-1450 a.C.) construi-lhe também uma capela, em Elefantina.

HEKET

The frog-headed Egyptian Goddess, Heket (Heqet), associated with child birth and fertility.

Heket era uma Deusa da Água, diretamente associada à criação e ao nascimento. Os seus lugares de culto mais importantes situavam-se no Egito Médio, nomeadamente em Antinoé.

Nessa cidade, essa Deusa batracomorfa, representada, normalmente, ora como uma mulher como cabeça de rã, ora como rã, surgia, enquanto divindade criadora primordial, associada ao deus Khnum, sendo considerada sua esposa. Era ela que conferia o sopro da vida aos homens e às mulheres que Khnum modelava na sua roda de oleiro.

Heket tinha principalmente uma função benéfica junto das mulheres, no momento crucial do parto. A sua figura era representada em vários amuletos e escaravelhos, usados por motivos mágicos pelas mulheres grávidas e pelas parturientes para as protegerem durante o parto. Deusa do parto e do nascimento real, Heket era considerada a padroeira das parteiras que, compreensivelmente, eram apelidadas de "Servas de Heket". A tradição lendária propagava que, juntamente com Meskhenet, a Deusa Heket era uma das parteiras que, todas as manhãs, assistia ao nascer do Sol.

Todavia, Heket tanto presidia ao nascimento dos faraós e das rainhas como ajudava Osíris a ressuscitar de entre os mortos. A sua forma de rã era, aliás, extremamente elucidativa nesse particular, pois esse batráquio era um símbolo de ressurreição. A rã, pela sua capacidade reprodutora e pelo mistério ligado ao seu nascimento, era, efetivamente, associada às forças que davam vida ao morto.

Em Hermópolis, Heket estava ligada às quatro divindades-rãs que viviam no Nun antes da "Primeira Vez", antes da criação do Cosmos. Em Abidos, defendia-se que, simultaneamente com Shu, de quem fora esposa, nascera do deus-sol Rá. Em Kus, no Alto Egito, era encarada como esposa de Hor Uer, possuindo um templo próprio.

Ocasionalmente, Heket era vista como uma forma de Hathor e, em conseqüência, chamada mãe de Hórus, o Antigo (Hor Uer). Era também assimilada a Nekhebet, a Deusa-abutre do Alto Egito.

TAUERET ou TUÉRIS

Juntamente com Bes (considerado seu marido), Taueret, a Deusa-hipopótamo, apesar de seu aspecto repulsivo e até ameaçador, era uma divindade inofensiva, benevolente, desfrutando de enorme aceitação no lar egípcio, onde as suas imagens eram freqüentes.

Tal como Bes, também Taueret era figurada em inúmeros amuletos, usados sobretudo pelas mulheres grávidas ou pelas mulheres em trabalho de parto, a quem assegurava uma eficaz proteção contra os maus espíritos. Como Deusa protetora das grávidas, a sua figura surge em camas e em vasos para guardar leite, na medida em que a sua atuação favorecia a abundância de leite materno. Seus amuletos eram, muitas vezes, colocados nos túmulos para proteger a ressurreição, o renascimento, dos defuntos no Reino dos Mortos.

Embora considerada uma divindade secundária na religião oficial, Taueret triunfou uma divindade de primeiro plano em termos de religião e de devoção popular.

Embora considerada uma divindade secundária na religião oficial, Taueret triunfou como divindade de primeiro plano em termos de religião e de devoção popular. Na verdade, granjeou grande popularidade entre o povo e a classe média dos tempos faraônicos, como divindade doméstica, presidindo à maternidade, ao nascimento e ao período inicial do aleitamento. Não raro, o seu nome era atribuído a muitas crianças, expressando a devoção pessoal dos pais.

Representada de pé, sobre as patas traseiras, apoiando-se no signo hieróglifo "sa" (sinal de proteção ou de proteção mágica), essa Deusa era uma divindade compósita: tinha cabeça em parte de crocodilo e em parte de hipopótamo, cauda de crocodilo, corpo de hipopótamo com largos flancos e ventre proeminente, seios de mulher, pendentes, patas de leão e mãos humanas, com as quais segura o signo "ankh", símbolo da "vida".

A sua íntima ligação com o parto, como protetora das mães e de crianças, parece ter sido sugerida pela aparência de gravidez que a sua figura de fêmea hipopótamo de enorme barriga, qual Deusa da fecundidade, apresenta. Aliás, o seu nome "A Grávida", "A Pesada" ou "A Grande", baseia-se na mesma concepção. Ao reunir características físicas de vários animais, a Deusa Taueret congregava os elementos mais aptos para assegurar uma eficaz defesa e proteção das mulheres grávidas.

Em um aspecto mais vingativo, a Deusa surge com o corpo de hipopótamo e com cabeça de leoa, brandindo ameaçadoramente um punhal e, segundo Plutarco, como hipopótamo fêmea, era esposa e concubina de Seth, o hipopótamo macho. Tal relação parece pressupor uma reputação meléfica, tanto mais que os hipopótamos eram uma força destruidora para os barcos do Nilo. No entanto, a mitologia retira-lhe os caracteres negativos quando toma o partido de Hórus na disputa pelo trono do Egito.

Além da sua representação como hipopótamo fêmea, Taueret podia ainda figurar como mulher, usando na cabeça o disco solar e uns chifres de vaca em tudo semelhantes aos usados por Hathor.

Aproximada de Apet, Deusa-hipopótomo da região tebana, A Deusa Taueret era venerada em Templos de Tebas e de Deir el-Bahari. Durante o Império Novo era adorada, sobretudo em Tebas, como protetora da vida doméstica. Na XVIII dinastia, era representada muitas vezes com Bes a dançar à volta da mulher grávida na câmara do nascimento. Segundo o relato mítico, Taueret foi uma das assistentes no importante nascimento de Hatchepsut.

Juntamente com Bes, Tauret era também uma deidade tutelar do sono, encarregada de afastar maus espíritos e influências perniciosas. Por vezes, usava o disco solar e os chifres de vaca, qual Deusa-Mãe, para lembrar que assistia o nascimento diário do Sol. Também era chamada de "Olho de Rá", sendo considerada sua filha e mãe de Osíris e de Ísis.

Com o título de "Senhora do horizonte", Taueret tornou-se uma Deusa-cósmica, estando relacionada com a constelação faraônica do hipopótamo, colocada pelos astrônomos egípcios no hemisfério norte do céu. Uma pintura do pael astronômico da Deusa surge no teto de uma câmara do túmulo de Menmaetré Seti I (1291-1278 a.C.), no Vale dos Reis, datado da XIX dinastia.

No dia 11 de setembro, ocorre a celebração dessa Deusa.

APET ou OPET

Deusa hipopótamo benigna da região tebana (Ipet ou Opet) mencionada pela primeira vez nos "Textos das Pirâmides" quando o monarca a chama de mãe e a requer para nela mamar o leite divino. Pode, por isso, afirmar-se que, desde muito cedo, que essa Deusa hipopótamo estave associada à fecundidade e à amamentação.

Na teologia de Tebas, essa Deusa é assimilada quer a Taueret, cuja aparência é, aliás, muito semelhante, quer a Nut. Como divindade grávida, como sugere a sua representação de hipopótamo fêmea de ventre saliente, teria dado à luz o deus Osíris. Tal elaboração levou à sua assimilação com a mãe de Osíris, segundo a concepção heliopolitana Nut, na forma Apet-Nut.

Em Tebas, em Karnak, o templo da Deusa-hipopótamo Apet situa-se próximo do templo de Khonsu e foi construído em grande parte por ação do faraó-basileu Ptolomeu VIII Evergeta II (170-163, 145-116 a. C.). Vários soberanos posteriores completariam a decoração do santuário.

Descrita como "Senhora da Proteção Mágica", Apet, a exemplo de Taueret, usufruiu de grande força amulética. Foram os gregos que lhe chamaram Ipet.

MESKHENET

Mulher usando na cabeça duas altas plumas enroladas nas extremidades, interpretadas como pequenas folhas de palmeira ou plantas aquáticas, ou, então, representação dos dois tijolos do nascimento, do parto, sobre os quais a parturiente egípcias se acocorava ou ajoelhava para dar á luz ou que se colocavam sob a sua cabeça, Meskhenet presidia ao parto: Era uma Deusa do nascimento.

Meskhenet era a protetora dos recém-nascidos e a Deusa do Destino. Aparecendo à mãe no preciso momento em que a criança nascia, a quem imediatamente predizia o futuro, era naturalmente associado a Chai, o deus do Destino. Com efeito, dizia-se que Meskhenet era casada com Chai.

Essa Deusa do parto e do nascimento, por vezes, considerada como quatro divindades, Deusas da câmara do nascimento. Essas quatro Meskhenet eram representadas como dançarinas que festejavam com música o feliz acontecimento que era um nascimento.

Quando assistiu ao nascimento de Hatchepsut, Meskhenet prognosticou-lhe um brilhante e longo futuro dizendo:

"A criança é estabelecida na qualidade de rei do Alto e Baixo Egito. Assegurarei continuamente a tua proteção mágica, sob o comando de Rá (Ré). Dou-te vida e a força superior a todos os outros seres; confiro-te a vida, a prosperidade e a saúde, a eficácia, a ilustração e a alegria, os alimentos e todas as coisas belas e boas. Possas tu aparecer radiosa na qualidade de rei do Alto e do Baixo Egito, aquando de muitos jubileus, tu, vivente, durável, forte, o prazer do coração fica com o teu "ka", nesse Duplo País que é teu, no trono de Hórus, por tempo infinito".

Como outras divindades do nascimento, Meskhenet estava também relacionada com a ressurreição e com o julgamento dos mortos. Com efeito, ela estava presente na Sala das Duas Maet, onde o coração do morto era apuradamente examinado. Acompanhava o defunto e explicava aos deuses a existência terrena que levava, na esperança de o auxiliar a obter um veredicto satisfatório. Era como se assistisse a um renascimento. Nos ritos funerários, prestava assistência a Ísis e a Néftis.

RENENUTET

Também conhecida pelo nome de Renenet, a quem os gregos chamaram Termutis ou Ermutis, Renenutet era a Deusa-cobra da colheita, serpente benéfica venerada pelos camponeses, sobretudo, no Faium. Como "Senhora do Grão" e "Dama das colheitas", era a entidade divina agrícola que zelava pelo bom crescimento dos grãos dos cereais e das plantas, afastando as más influências. As primeiras gotas de água, de cerveja e de vinho, bem como o primeiro pão, eram-lhes dedicados.

Representada sob forma humana, como mulher, ou antropomorfa, com cabeça de uma serpente uraeus, sobre a qual possuía duas longas plumas, essa divindade agrícola podia ainda ser figurada simplesmente sob os traços de uma serpente sagrada, animal ctônico por excelência.

As suas representações antropomorfas ou herpetomorfas mostram-na aleitando Nepri, a personificação do trigo, deus do grão, considerado seu filho, ou o próprio faraó. Outras vezes, amamenta a alma dos mortos, assumindo o caráter de divindade necrópole tebana. De imediato, a mentalidade egípcia estabeleceu o óbvio paralelo entre Renenutet/Nepri e Ísis/Hórus criança. Tal paralelismo suscitou a sua assimilação a Ísis, na Época Baixa, e a adoração de uma nova divindade: Isermutis.

Essas representações fazem de Renenutet a divindade tutelar da amamentação das crianças e, por vezes, da criança real, justificando outro dos epítetos por que era comumente invocada: "A Alimentadora" ou "A serpente que alimenta". Como enorme serpente uraeus, usava o disco solar e os chifres de vaca, iguais aos de Hathor, na cabeça.

Deusa-ama que presidia à amamentação das crianças, rapidamente Renenutet suscitou a sua união com Chai e com Meskhenet. Tornou-se estreitamente associada à idéia de destino de boa sorte e de prosperidade e, como Deusa do destino, assistia e protegia todas as crianças durante os trabalhos de parto. Além do alimento, da Sorte, Renenutet conferia aos recém-nascidos a própria personalidade, os traços distintivos de cada ser.

AS SETE HATHORES

Como Deusa-Mãe que vivia na Árvore do Céu e alimentava a alma dos homens e dos mortos, Hathor adaptou 7 formas. As sete Hathores presidiam ao nascimento das crianças egípcias e realizam as suas funções a favor dos mortos e dos recém-nascidos ou recém-criados.

As sete Hathores eram uma espécie de fadas-madrinhas que, no momento do nascimento ou da criação de um ser, o visitavam para determinarem o seu destino. Como divindades do destino, as suas predições do futuro podiam ser favoráveis (nesse caso, identificavam-se com a Deusa Renenutet que presidia os destinos positivos) ou não (nesses casos, identificavam-se com Chai, o portador das desgraças), mas ninguém escapava ao destino por elas traçado.

Usualmente sete, podiam também ser nove. Eram normalmente representadas como um grupo de jovens mulheres tocando tamboris e usando o disco solar e chifres de Hathor. Por vezes, captando a forma da sua divindade-base, podiam ser representadas ainda como sete vacas, cada uma com o seu próprio nome:

1. Senhora do Universo;

2. Tempestade Celeste;

3. A Terra do Silêncio;

4. A de Khemmis;

5. Cabelo Vermelho;

6. Vermelho Resplandecente;

7. O Teu Nome Floresce no Céu.

Em papiros mitológicos surgem outros nomes alternativos:

1. Senhora da Casa de Jubilação;

2. e 3. Senhoras do Oeste;

4. e 5. Senhoras do Este;

6. e 7. Senhoras da Terra Sagrada.

O capítulo CXLVIII do "Livro dos Mortos", além de referir o nome das sete Hathores, é geralmente acompanhado de uma vinheta que apresenta sete vacas celestes, o seu touro, quatro lemes e quatro figuras mumificadas. As setes vacas são, as sete Hathores e o touro é, compreensívelmente, uma forma do deus sol, Rá (Ré). Os quatro lemes simbolizam os quatro pontos cardeais, ao passo que as quatro figuras mumificadas representam os Espíritos do Além que alimentam os defuntos.

Na Época Ptolomaica, as sete Hathores eram identificadas como as sete Plêiades, desde cedo consideradas filhas de Atlas.

MERIT

Deusa da música, o seu nome significa "A Amada". No âmbito da típica dualidade egípcia. Merit era vista como Merit do Baixo Egito e como Merit do Alto Egito. Ambas surgem no "naos" das barcas de Amon e na proa das barcas de outras divindades.

A Merit do Norte usa na cabeça uma cora feita de papiros (a planta simbólica do Baixo Egito, cujo hieróglifo surge na sua onomástica), ao passo que a do Sul tem um bouquet de lótus (a planta emblemática do Alto Egito, também presente na sua designação hieroglífica).